quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um time, um Buteco e um FREI! Um Frei?


Bar do Fiore, década de 50, Foto de Hélio de Oliveira
Por Leo Caetano


Hoje temos orgulho de nos chamar Buteco do Dragão, local descontraído, informal onde discutimos opiniões e situações do Dragão, mas obviamente, este não é o primeiro BUTECO onde se fala do Dragão. Nos anos 50 existia o famoso Bar do Fiore. Mas não era um Buteco qualquer, Fiore era, nada mais nada menos que o técnico do Dragão. Esse sim, o legítimo e primeiro Buteco do Dragão. Fiore teve grande parte de sua vida dedicada ao Dragão. Fiore treinou o juvenil do Dragão em 1949 e tornou-se campeão. Mas, em uma crise em 1954, Fiore foi convidado a treinar o time principal. Para tal, ele não se fez de rogado e convidou aqueles jogadores campineiros, recém saídos do juvenil que estavam jogando por outros times, e montou uma seleção. E o Dragão se tornou campeão invicto em 1955 e 1957. Vejam as palavras de José de Mendonça Teles em seu livro: 

"Foi ele o responsável pela renovação do plantel, com a inclusão de campineiros de raízes, fato que fez com que o Atlético se sagrasse campeão invicto em 1955 e 1957."

Mas voltemos ao Buteco do Dragão da década de 50, o Bar do Fiore. Imaginem um bar de um técnico do Dragão. Inimaginável nos dias de hoje! E adivinhem quem eram seus principais clientes: Os jogadores e diretoria, além da torcida atleticana!!! Se bem que é uma boa estratégia para controlar os jogadores no pré-jogo, não? Nesse bar, obviamente era onde se comemoravam as vitórias e se lamentavam as derrotas, e Campinas inteira adorava aquele lugar. Nas entrevistas realizadas por Keith Tito, para sua dissertação (fonte desse texto): " Memória e Identidade de um Bairro: Campinas sob as lentes de Hélio de Oliveira.", ela afirma que todos as pessoas entrevistadas se lembraram do Bar do Fiore, independente da profissão, demonstrando o quanto o Bar é um local que marcou uma época dos campineiros.

Outro cliente do bar também era famoso e se tornou um Atleticano "Fervoroso". Ele se chamava Frei Confaloni! O Frei veio para Goiás e foi morar na casa de um atleticano roxo (Antônio Daniel) e, desde então, se tornou mais um atleticano! O Frei rezava pelo Atlético durante as missas e, segundo José Mendonça Teles, em seu livro, ele era o guia espiritual do Dragão Campineiro! Até chute inicial o Frei deu, como pode ser visto na foto abaixo. Segundo Hélio Oliveira (fotógrafo da época), em entrevista a Keith Tito, Frei Confaloni além de atleticano era cabeça aberta para a época e que todos o adoravam, desde jogadores do Dragão aos moradores da Campininha!

Como eu disse no título, tivemos um time, que frequentava o buteco, junto com um Frei! Só podia dar certo mesmo!!! Futebol, Diversão e Fé comporam a história desse glorioso Dragão, que hoje nos tanto orgulha na série A!

Bar do Fiore lotado pelos campineiros e Frei Confaloni sentado (terceiro da esquerda para direita). Foto de Hélio de Oliveira

Chute inicial do Frei Confaloni na década de 60 - Foto Hélio Oliveira





OBS. Essas histórias e fotos foram retiradas da dissertação de mestrado de Keith Tito, intitulada: " Memória e Identidade de um Bairro: Campinas sob as lentes de Hélio de Oliveira.", defendida em 2008 na UFG e do Livro: "Atlético, sentimento e Glória" de José Mendonça Teles, publicado em 2005 pela editora Kelpes.

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