sábado, 29 de outubro de 2011

O Futebol e a Engenharia

Como dissemos, estamos convidando jornalistas, cronistas e personalidades para escrever sobre o Dragão. Hoje temos a honra de receber um texto de André Isac, do programa Mais Esportes, UCG TV. Fiquem com o excelente texto!


Por André Isac
http://andreisac.blogspot.com/

Tenho uma tese um pouco diferente do sucesso do Atlético. Se formos observar bem, teoricamente falando, o Dragão escreveu certo por linhas tortas. O time foi formado antes da estrutura. Construiram o telhado antes do alicerce, mas, por incrível que pareça as decisões e prioridades foram tomadas na hora certa e tudo aconteceu conforme o "planejado".

O Atlético me fez rever aqueles velhos conceitos de discursos prontos, como "categorias de base", "departamento de marketing" e "clube empresa", tudo bobagem, o negócio é futebol, lá nas quatro linhas, tem é que ganhar jogos.

Me lembro, acho que em 2005, de uma entrevista que fiz com o ex-presidente Wilson Carlos e o ex-diretor Marcius Fleury, à época, os dois declararam que o Atlético não se importariam, naquele momento, com as categorias de base. As prioridades eram o estádio, as dívidas e o time principal.

Em pouco tempo o Dragão estava de volta à primeira divisão do Goiano. Adson Batista, vindo do Grêmio Inhumense, assumia a direção de futebol. Logo, foi formando o time com um monte de reservas rebaixados do Brasiliense. Contrariando as expectativas, aquela base encaixou e o Dragão por pouco não foi campeão em 2006, perdendo na decisão para o Goiás. Na Série C daquele ano o Dragão encontrou algumas dificuldadese não foi bem, mas a base foi mantida.

Em 2007 veio o título estadual e a confirmação de que o time estava no caminho certo. Ainda faltava estrutura. No CT as melhorias chegavam aos poucos, a prioridade era o time. Naquele ano quase veio o acesso à Série B. O fracasso no fatídico jogo contra o Barras não fez a diretoria atleticana mudar os planos.

Em 2008 o Atlético deixou de ser time de terceira divisão e subiu para a Série B. No ano seguinte, mais um acesso, e olha o Dragão na elite em 2010!

Uma ascenção meteórica que até amedrontou dirigentes. Maurício Sampaio me disse um dia: "Não estamos preparados". Realmente não estavam, mas aprenderam, estrturaram, se adequaram, sofreram e o Atlético não caiu.

Agora, amigo rubro-negro, 2011 foi o "ano", o divisor de águas. Essa permanência pode ser considerada a mais importante de todas as conquistas. Em 2012 não existirá mais Clube dos Treze, por continuar na elite, a cota do Dragão passará de 7 para 25 milhões anuais. O Atlético não será mais o orçamento da Série A. Deixará de ser pequeno, para se tornar um clube médio emergente.

Vai dar até pra investir nas categorias de base.

Depois da mansão pronta virá o alicerce. O Atlético Goianiense prova que futebol não têm nada haver com engenharia. 

Ainda bem.


Retiramos do BLOG do André Isac o seguinte perfil: 
Paulistano criado no Rio de Janeiro e naturalizado goiano. Comentarista e coordenador do Mais Esportes da UCG/TV e TV Aparecida. Apresentador e produtor do "Tabelando com André Isac", um programa de entrevistas é exibido aos domingos de 13:00 as 14:00 na UCG/TV e no www.pratiquemaisesportes.com.br.



5 comentários:

  1. Eu quero crer que o sucesso se deve tambem ao fato que o clube (aparentemente) não tem "sócios". Diferente do Vila Nova que só tem "dirigentes" para sugar.

    Grande analise do André que me deve uma botina mas é gente boa!

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  2. Gostei da análise do André Isac, sempre pensei nessa reestruturação do Atlético, mas, nunca parei para pensar desse jeito que ele analisou.

    Nós torcedores temos a mania de reclamar, porque não tem um socio torcedor? não tem categoria de base? e ai vai...

    A diretoria tem feito tudo certo e tenho orgulho de torcer para o Atlético Goianiense.

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  3. Futebol e engraçado mesmo, o Vila Nova tenho quase certeza gastou igual ou mais do que o Atletico e fez foi regredir. com dizia um professor meu "Diploma não encurta a orelha".

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  4. Um amigo uma vez quase brigou com o Valdivino e Wilson Carlos... pois o filho dele jogava na equipe que tinha o Dudu (negociado recentemente pelo Cruzeiro para algum time médio da Europa) e o lateral que está no Santos (saiu do DRAGÃO e foi pro Universitário, agora está nas Sereias)... tudo porque estavam abandonando as categorias de base.
    A resposta da diretoria: NÃO TEMOS ESTRUTURA (R$) para manter jogador após os 17 anos, aí formamos o atleta e ele vai pra onde quiser!
    O Atlético não tinha estrutura, nenhuma, não tinha visibilidade, não tinha organização...
    Então começaram pelo time profissional > Porquê?!!!
    Por que é o que cativa torcedor e traz capital!!
    Agora temos condições de fortalecer a categoria de base!

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  5. Aquele time (Dudu e companhia) era fortíssimo, mas qnd fossem profissionalizar NÃO seria no DRAGÃO!
    Hj há "briga" para jogar no DRAGÃO! Hj a história é outra!!!

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