terça-feira, 12 de abril de 2011

Atlético GO 1 X 3 Aparecidense - Uma surpresa desagradável!

Por Leo Caetano

Hoje assistimos pela primeira vez o time com PC Gusmão. Nos últimos quatro jogos, três técnicos diferentes, muitas mudanças na equipe (há muitos jogos não repetimos escalações e em relação a última partida mudamos 7 jogadores, inclusive os 5 defensores),  10 gols sofridos, 4 gols marcados e muito sofrimento. Essa inconstância tem mostrado suas consequência nos resultados, e hoje perdemos por 3 x1 para apenas o sexto colocado no campeonato (em 10 times), dentro de casa, e apresentando muito pouco futebol.

 Atacantes, laterais e meia Vitor Junior esperando a bola chegar
Esquema com laterais já avançados. Romulo, Agenor e Bida deviam fazer a
bola chegar
Todos acreditavam que essa seria a partida da recuperação, mas talvez a classificação em primeiro lugar, mesmo sem jogar, tenha aumentado a confiança na vitória antes de entrar em campo, o que diminuiu o ritmo dos jogadores que estavam apáticos e sem criatividade. A equipe sentiu também o novo desenho tático, no qual PC adiantou e parece ter centralizado os laterais quando o time possuia a posse de bola. Essa estratégia não deu certo, pois como estávamos com dois volantes sem criatividade (Agenor e Rômulo), não conseguíamos sair jogando. Para permitir esse posicionamento dos laterais, Rômulo jogou entre os dois zagueiros, quase um terceiro zagueiro. Além disso, Bida, o terceiro jogador de meio campo, com características de armação e marcação, não esteve bem e a bola não chegava ao ataque. Ficavam 5 jogadores parados no ataque esperando a bola (Vitor Jr., Marcão, Juninho e os dois laterais Adriano e Whelton). Vitor Junior não foi tão mal, mas não buscou a bola enquanto esta não chegava, dificultando nossas jogadas. A postura mais centralizada dos laterais também prejudicou, facilitando a marcação, e não entendi se os jogadores centralizavam por decisão deles ou a pedido do técnico.

Falta cobrada por Bida, forçando uma grande defesa.
O primeiro tempo foi muito ruim, com poucas chances de cada lado. Uma boa jogada de Whelton deixou Marcão em condições de finalizar, mas ele chutou muito acima. Vitor Junior e Adriano finalizaram uma vez de fora da área e Bida bateu bem uma falta, obrigando o goleiro da Aparecidense fazer uma boa defesa. No segundo tempo o time voltou jogando da mesma forma, e em um contra ataque com um porta luz do jogador da Aparecidense marcado por Rômulo a bola passou para Washington, que muito a frente de seu marcador (Anderson) tocou por cima do goleiro Roberto. Após o gol o técnico tirou Adriano, que mais uma vez jogou mal e Marcão, colocando Zé Carlos (Carlinhos) e Diogo Campos, mas não surtiu muito efeito. Logo após, ele tirou Rômulo e colocou Elvis, que entrou muito bem, deu movimentação ao meio campo o que melhorou inclusive o jogo do Vitor Junior. Elvis buscava a bola e tentava fazer a ligação com o meio campo. O Dragão partiu para cima e em um escanteio, após três cruzamentos de Elvis a bola sobrou para Juninho no segundo pau, que chutou na trave e no rebote, Jairo colocou a bola na rede, empatando a partida. Neste momento pareceu que o Dragão iria virar a partida, mas em outro escanteio para o Dragão deixamos apenas três jogadores marcando três atacantes da Aparecidense. A Aparecidense recuperou a bola e lançou os três rápidos atacantes. A bola estava mais para um dos defensores do Dragão, que cabeceou para trás, deixando 2 atacantes contra apenas um defensor. Washington foi lançado, driblou o goleiro e mandou para rede. Depois disso, tomamos outro contra ataque e a defesa mal posicionada deixou Washington livre para marcar mais um, finalizando nossa vergonha e mandando nossos torcedores para casa.

Ao final do jogo, PC declarou que, visando preparar o time para as semifinais, ele pegou pesado agora na parte física do time, que, segundo ele, deve ser melhor preparada. Por este motivo o time poderia estar mais “travado”. Estranhamente Adson Batista concedeu coletiva, dizendo que está na hora da torcida estar junto com o time e que o planejamento é para deixar o time voando nas finais do Goianão. Pareceu que a comissão técnica assumiu estes dois últimos jogos para experiências. Será que não está muito tarde para mudar o jeito do Dragão jogar? Voltarei a essa pergunta mais para frente.  As rádios questionaram ao PC porque jogou com três volantes (Rômulo, Agenor e Bida), mas ele disse que Bida já jogava como meia de ligação no Vitória e que ele é terceiro homem de meio campo. Na verdade ele veio para substituir o Fujão, que também era terceiro homem. Bida jogou muito melhor o jogo contra a Anapolina. Neste jogo esteve apagado, e espero que renda melhor nas próximas partidas, seja como terceiro homem ou segundo volante.

Voltando a pergunta da mudança tática, acredito que a posição dos laterais pode ser interessante, mas penso que eles devem abrir mais, dificultando a marcação dos zagueiros. Por outro lado a posição já avançada dos laterais, dificulta jogadas de ultrapassagem pelas pontas e também diminui o fator surpresa. Acho que um mix dos posicionamentos dos laterais, as vezes mais adiantados e as vezes voltando para levar a bola e ultrapassar os defensores adversários pode dar mais opções ofensivas. E mesmo sendo um modelo tático diferente, o Dragão tem que treinar e jogar de diversas maneiras, visando confundir o adversário. O que não pode é jogar só de uma maneira previsível, facilitando a marcação.

 A saída do Rômulo para entrada do Elvis melhorou substancialmente o ataque, mas o posicionamento da defesa com Agenor e Bida não foi adequado, permitindo os contra-ataques que sofremos os gols. Como sempre, faltou equilíbrio. Temos que lembrar que poucos jogadores estão conseguindo se manter na equipe, e estas muitas substituições prejudicam o entrosamento e a execução das jogadas. Além disso PC mudou o esquema, o que pode demorar um pouco para ser acertado em campo.

A postura do PC de privilegiar as finais é interessante, mas arriscada, abrindo mão de melhores jogos agora para melhorar o condicionamento físico do Dragão para os últimos 4 jogos. Não precisamos de resultados agora para melhorar nossa posição e testes podem ser feitos. Por outro lado, chegar as finais sem “moral” e com 4 ou 5 derrotas consecutivas pode abalar a confiança do time. Se você fosse o técnico o que faria nesse momento? Privilegia a parte física, para o time voar em campo nas finais, ou a parte técnica, correndo o risco do time ficar sem pernas? É uma escolha difícil.

Torcida decepcionada com 3o gol tomado
Por último, a rádio 820 destacou que após as declarações que nossos volantes eram noturnos, feita por nosso Vice-presidente, eles pararam de jogar bem, concluindo que há problemas internos graves de relacionamento entre dirigentes e jogadores e que isso deve ser resolvido. Segundo PH Rabelo, alguns jogadores reclamaram em “off” que ano passado a postura deles fora de campo era a mesma, e que não havia reclamação da diretoria. Novamente, ressalto a importância de se resolver estas questões internamente. Não acredito em corpo mole de jogadores, principalmente do Agenor. Vejo ele tentando e lutando. Sendo PitBull, mas está realmente errando mais. Hoje ele jogou como segundo volante, tendo que carregar a bola. Não é a dele. Na minha opinião, joga Agenor ou Rômulo, o que estiver melhor. E Pituca ou Ramalho. O Time não é ruim, e caiu muito nos últimos jogos. Alguns dizem que é falta de preparo físico. Eu acredito que além disso, está faltando peças de reposição. As laterais estão carentes, e o meio ainda é uma incógnita. A zaga está lenta e tem que melhorar muito. Para o Goiano temos que nos virar com o que temos. Espero realmente que PC esteja certo e que a equipe esteja voando nas finais, com a volta de Anaílson, Felipe, PH, Josiel, Victor Ferraz e Feltri, que voltam de problemas físicos.

Vejam no link abaixo os melhores momentos do jogo




Ficha Técnica
Atlético 1 x 3 Aparecidense
Local: Estádio Serra Dourada
Árbitro: Osimar Moreira
Público: 2 278 pagantes
Renda: R$ 34.155,00
Gols: Jairo (ACG), Washington (3) (AAA)
Atlético
Roberto; Adriano (Zé Carlos), Anderson, Jairo e Welthon; Agenor, Rômulo (Élvis), Bida e Vitor Júnior; Juninho e Marcão (Diogo Campos). Técnico: PC Gusmão

Aparecidense
Wagner Bueno; Marcelinho, Preto Marabá, Martony e Xavier; Maurinho, Renato Xavier, Thiago Henrique e Washington; Diego Lira e Sandro Goiano. Técnico: Romildo Rosa

2 comentários:

  1. Se você quiser golear o Atlético, tem 3 opções:

    1)Jogadas com bola parada, no maior estilo chuveirinho
    2)Focar nos contra-ataques
    3)Um mix dos dois

    Nem tudo foi ruim, vi uma evolução na tomada de bola e marcação por parte dos defensores. Mas esses problemas crônicos persistem. Se bem que pelas campanhas do Ceará e Vasco que o PC comandou ano passado, dá para ser otimista quanto a essa questão de posicionamento e consistência defensiva.

    Não gostei taticamente do time também, o Anderson tava mais para lateral do que para zagueiro, criando até mais jogadas que alguns meio campistas. Os laterais deveriam ter ficados no centro, levemente mais recuados, e não totalmente ao ataque.

    Quanto aos desempenho dos jogadores, gostei bastante do Whelton que, talvez, se tivesse jogado na posição de origem seria bem mais efetivo. Vitor Jr também não é ruim. Mas faltam jogadores que sejam referência, que se possa dizer que são o coração do time, um capitão de verdade, não alguém escolhido por estar a mais tempo no grupo. Diferentemente do que acontece nos outros times da capital.

    No jogo contra o Coxa, o René disse que aquele jogo era uma ótima oportunidade de ver os jogadores que encaram a pressão e batem de frente. E dos jogadores que jogaram nessa temporada até agora os únicos que mostraram essa personalidade foram o Elvis e o Josiel. E ontem o Elvis provou isso mais uma vez e deveria ser titular. O Josiel, por sua vez, sofre com as lesões, e mesmo quando está bem não é colocado no jogo, misteriosamente.

    Ontem, em entrevista, o PC disse que colocaria em campo quem estivesse melhor, independente de qualquer outra "situação". O que pode sugerir mudanças no elenco-base.

    Pensando na situação atual do Atlético, eu vejo que, claro, uma sequencia de derrotas é negativo, mas também não podemos deixar de ver o lado positivo da coisa. O lado positivo é que com as crises surgem a urgência de se resolver os problemas internos que seriam abafados normalmente. E também é uma situação comum nos ciclos do futebol. O próprio Goiás no começo do campeonato deu muitos vexames e estava desacreditado, o Vila também demorou a convencer e passou pela perda de dois técnicos, agora o Atlético é o problema da vez.

    ResponderExcluir
  2. Realmente Zé, o jogo foi ruim, mas deu para observar algumas coisas.

    Acredito que essa derrota ficou muito pior por causa da grande sequência de jogos sem ganhar. E pela forma que foi. Esperamos uma melhora substancial do Atlético para o próximo jogo e para semi-finais.

    Obrigado pelo comentário e continue participando conosco aqui no blog Buteco do Dragão!

    ResponderExcluir